terça-feira, 19 de junho de 2012

Resquícios Templários em Lima Duarte



Dom Diniz
Por curiosidade e influência de Marco Antonio Gomes, o Marco do Nilo, da veneranda cidade de Piranga, a primeira de Minas Gerais, comecei a me interessar por temas relacionados ao Cavaleiros Templários, e seus  herdeiros em terras brasileiras.
Conhecidos pelo grande poder político e financeiro que obtiveram, os Templários tornaram-se alvo de inveja, oposição e mais tarde perseguições e execuções de seus líderes.
A própria Igreja Católica, faria sua parte, extinguindo oficialmente a Ordem do Templo.

O fato é que o Rei de Portugal, Dom Diniz, decidiu "proteger" os interesses da Ordem do Templo em terras portuguesas, criando a Ordem de Cristo, que se tornou herdeira e guardiã da cultura templária. 

Símbolo da Ordem de Cristo
A Ordem de Cristo foi colocada sob proteção e guarda do Infante Dom Henrique (1394 - 1460).Além disso, um certo remanescente de propriedades e membros da Ordem do Templo passou à Ordem dos Hospitalários (mais tarde Ordem de Malta),que teve os poderes e regalias concedidos por Dom Diniz, confirmados por Dom João V em 1728.
Esses remanescentes trouxeram consigo o conhecimento dos Templários, que já conheciam a América pelo menos 100 anos antes de Cabral e mantinham rotas comerciais por meio de sua poderosa esquadra, misteriosamente desaparecida no Mediterrâneo.
Infante Dom Henrique o Navegador
Com a posse da terra brasileira por Pedro Àlvares Cabral em 1500, começaram as incursões pelo interior do Brasil, que terminaram, ao tempo do rei Dom Pedro II (de Portugal, com a descoberta de minas de ouro e diamantes.
A exploração teria se intensificado no início do reinado de Dom João V (1706 - 1750, época em que embarcaram para o Brasil,em 1740, três jovens da Freguesia do Espírito Santo do Landal, então Termo e Conselho de Óbidos, hoje Concelho de Caldas da Rainha:
Antonio de Almeida Ramos(nascido em 1722)filho de Teresa Maria e seus primos Agostinho de Almeida Ramos(nascido entre 1700 e 1730) e Francisco Farto de Almeida, filhos de Francisco Farto Maria Almeida. Ao que tudo indica, teriam sido enviados por religiosos ligados à Ordem de Malta,em busca de riqueza e fortuna certas sendo aqui acolhidos e orientados por patrícios ligados à mesma Ordem. 
Insígnia da Ordem de Malta
Não se tratava de aventura nem necessidade, já que os jovens eram pertencentes a famílias de posse, abastadas, ligadas à Ordem de Malta, que era riquíssima. Muito menos de crimes, que os obrigassem a fugir.
Ou seja, vinham com tudo organizado para progredirem enriquecerem em terras brasileiras, o que se verificou mais tarde, ainda que tivessem de compensar o sucesso com muito esforço, persistência e valor! Desses três jovens, um em especial nos interessa: Antonio de Almeida Ramos.

Antônio de Almeida Ramos radicou-se na região de Barbacena, donde veio a bater em terras vizinhas à Serra de Ibitipoca, na época no auge da mineração. Casou-se com Maria de Oliveira Pedrosa com quem teve vários filhos, um deles João de Almeida Ramos, batizado em Santa Rita do Ibitipoca aos 16 de abril de 1769. João de Almeida Ramos casou-se com Teresa Maria de Jesus, filha do açoriano Manoel José do Bem e Teresa Maria de Jesus. Com Teresa, João de Almeida Ramos foi pai de Francisco, Rita, Manoel Antonio de Almeida Ramos, João de Almeida Ramos Filho, Ana Bernardina de Almeida e Maria Teresa.


Manoel de Almeida Ramos "desceu a serra",indo habitar o Sertão do Rio do Peixe, fixando-se na margem esquerda do Rio do Peixe na atual localidade de Manejo. Ali viveu como posseiro até que ato do Capitão General Dom Rodrigo José de Meneses concedesse-lhe a posse da terra, em 1781. No Manejo, tinha em 1781 o título de Alferes e mais tarde Tenente(1791)Seu nome consta na lista de moradores que assinaram a petição de construção de uma estrada ligando o Rio Preto a São João Del Rei e em 1838 é relacionado como representante do Rio do Peixe no Corpo de Jurados da Vila de Barbacena

 Barão de Santa Bárbara
Manoel de Almeida Ramos entrou na história de Lima Duarte por vários motivos, mas o mais importante dele é o fato de ter sido pai do único limaduartino a ter um título de nobreza no Império.
Casado dom Joana Teresa do Espírito Santo, foi pai de João Evangelista de Almeida Ramos, o Barão de Santa Bárbara, que é assim, bisneto de Antonio de Almeida Ramos, o jovem português ligado à Ordem de Malta, herdeira da cultura templária em Portugal, que veio ao Brasil em 1740.

A família Almeida Ramos é o resquício templário na historia de Lima Duarte.








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